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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Qual é o valor de cada um ?

Antes de abordar o tema vale um alerta ao leitor: não estudei economia (graças a Deus, deve ser muito chato). Fiz Letras mesmo. É menos matemático, muito mais lírico, no entanto com tantas variáveis quanto. Porém, certamente há muito mais mulheres no curso, o que adorna o ambiente e serve de colírio para as vistas cansadas...

Vamos ao ponto: ouço muita gente dizendo que os serviços médicos custam caro. Não concordo. Acho que são os outros serviços é que são muito baratos. Note que estou falando de serviços e não de produtos, pois esses são outro conto.

Deixando claras as ressalvas, vamos aos fatos. Quando um médico gasta 5 minutos com um paciente e descobre o que o pobre diabo tem, na verdade esse tempo é apenas uma ponta do iceberg. Porque de fato o “dotô” estudou vários anos para ser capaz de fazer isso. Nada mais justo que seja valorizado pelo seu trabalho. Até ai tudo bem. Acho que todo mundo concorda. No entanto, o critério de valorização do trabalho alheio nem sempre é aplicado quando se trata de outras profissões.

Vai um exemplo da minha área. Sempre me dizem impropérios como “Você poderia me dar aula de italiano, ?”, “Claro, o preço é X uê” respondo sem pudor, e o gaiato desiste...

Outro, mais grave porque é uma exploração velada, alguém chega para um profissional de Educação física e diz: “Tô precisando melhorar minha série, o que você sugere?”. Parênteses: Tá bom! Dou a mão a palmatória. Já fiz isso (Perdoe-me gentil amiga Dinorá, e depois mande a factura...) mas percebi o erro.

Um exemplo de trabalhadores considerados “sem qualificação”. Um pedreiro que cobre R$ 150,00 por dia pode ser considerado “caro”. Mas mesmo sem ter estudado o sujeito que fica no sol encima de uma laje ou agachado o dia todo assentando cerâmica não deveria ter seu trabalho mais valorizado?

Sociedade hipócrita a nossa! Valoriza só uma ponta do mercado de trabalho e esculhamba a outra (vide Bóris Casói) , como se não fossemos uma colmeia interligada. Porém, se todos ganhassem dignamente o dinheiro circularia mais e seria bom para todo mundo (Como na Europa e EUA). Por isso fica a campanha: não explore nenhum profissional e valorize o trabalho todos, por mais simples que possa parecer.


Viva a nação índia-achada-sem-caráter!

Um comentário:

  1. Ótimo texto, mais uma vez. Lembro que a gente debatia isso na época da Fale, Gleisão. E olha que éramos meros estagiários. Agora a gente sente na pele (e no bolso) a forma diferenciada como a sociedade trata os profissionais. Abraço.

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